Desejo, o que é isto?
Que abandona-me numa fração de incógnita
Atos de labutar, um estranhamento, uma dor aguda.
Agudeza de desejar, desejo isto e aquilo também.
Essa embriaguez desgovernada
O que é isto? Não sei.
Um rei sem coroa e nú.
Despido de pudores.
Meus atos, minha escrituração é criminosa.
Deliberadamente pulsional.
Mato para escrever, escrevo para viver.
O que é isso? Não sei.
Deveria, por acaso saber? Sei lá se saber resolve coisas sem razão.
Meu ato de ir para voltar é minha escrituração.
Algo vive nas minhas reminiscências, passado que se faz presente,
Todos os dias, hoje e amanha, passado que vai ficando,
Fazendo visitas indesejadas, lembrando, recortando, rememorando, insistindo em saber.
O que queres? Porque queres? Como assim?
Não sei dizer, nem falar, por vezes apenas repito.
Encontro-me sempre despido
Uma nudez vestida por meus textinhos.
Meu sangue é palavra que me escapa.
Tem a cor de um texto a se fazer.
Palavra que não possuo, mas, que me possui acordando-me à noite para tornar-se texto.












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