domingo, 2 de maio de 2010

O que é isso



Desejo, o que é isto?

Que abandona-me numa fração de incógnita

Atos de labutar, um estranhamento, uma dor aguda.

Agudeza de desejar, desejo isto e aquilo também.

Essa embriaguez desgovernada

O que é isto? Não sei.

Um rei sem coroa e nú.


Despido de pudores.

Meus atos, minha escrituração é criminosa.

Deliberadamente pulsional.

Mato para escrever, escrevo para viver.

O que é isso? Não sei.


Deveria, por acaso saber? Sei lá se saber resolve coisas sem razão.

Meu ato de ir para voltar é minha escrituração.

Algo vive nas minhas reminiscências, passado que se faz presente,

Todos os dias, hoje e amanha, passado que vai ficando,


Fazendo visitas indesejadas, lembrando, recortando, rememorando, insistindo em saber.

O que queres? Porque queres? Como assim?

Não sei dizer, nem falar, por vezes apenas repito.    

Encontro-me sempre despido

Uma nudez vestida por meus textinhos. 


Meu sangue é palavra que me escapa.

Tem a cor de um texto a se fazer.

Palavra que não possuo, mas, que me possui acordando-me à noite para tornar-se texto.

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