Se desconhecer os perigos é ser inconseqüente;
Ainda assim sem coragem não se pode viver.
Viver é uma das coisas mais enigmáticas que nos ocorre;
Parece um delírio o que afirmo posto que, estou vivinho da silva;
Mas para que, porque e como?
Viver...
Viver morrendo a cada segundo que os ponteiros de meus encontros marcam partidas e chegadas;
Preciso ter coragem, coragem para saber ficar
Para sair correndo,
Para chorar meus protestos e fazer sorrir minhas lastimas;
Eu queria ser qualquer coisinha de nada;
Pedrinha em meio ao riacho que corria no fundo da casa de Vô Nono;
Vaca preta e mansinha, boi da cara branca e bravo;
Eu queria ser qualquer coisa pequenininha
Mas a vida não é só meu coração batendo;
O riacho que nos banhávamos, ao fim da tarde, era de vovô!
Era de água e coisas naturais;
Era de marcas e coisas pessoais;
Eu queria coragem como se fosse um Mandela;
Coisa bonita de ser;
Elegante, forte na fraqueza incomunicável, negro, reizinho coroado de liberdades mil.
Queria ser uma coisa assim de coragem;
Profetizar o verbo ubuntu;
Verbo do sentimento do mundo encontrado no olho do outro meu semelhante;

Sentimento profundo que o humano que sou se faz na humanidade de outro humano;
Manco como eu, Aleijadinho escriturando encantos e drummondiando versinhos de amor.
Eu não aquento o sentimento do mundo é pesado por demais para meus braços fracos.
Mas, os sentimentos me ocupam e não sei como fazer.
Sou assim um arregimento de dorzinhas com palavras tortas e uma alegria danada.
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