domingo, 16 de maio de 2010

Modernidade

Em minhas temporalidades de tempestades e ranger de dentes,

Em meus dias de terror e ódio profundo;


Em minhas noites de morte;

Não há momentos para ressurreições.

Não há tempo de Lazaro saindo da tumba.

De pescarias fartas de peixes na rede.

Nestes períodos de ruivos de lobo.

Devoro minhas carnes e quebro com minha mandíbula meus ossos.

Tenho minhas feiúras, minhas monstruosidade, minhas trevas.

Nestes tempos, não nego meus assuntos ao cantar do galo.

Não maldigo meus inimigos, nem adulo meus amigos.

Desacato as tiranias, as cruzes, os padres, os pastores e suas insolentes ovelhas.

No momento de minhas trevas acolho meus ferimentos e agravo minha insensatez.


Os amores passados e os presentes, os atuais e os que viram não serão reconhecidos,

Posto que estou cego, caminho sem ver, passos no escuro, tontura, labirintite.

Peço um pouco de paciência em meus dias de fúria,

O que mais posso esperar das almas que me cercam.

Rejeito os comprimidos que não estão à altura de meus afazeres neste mundo,

Mundo enlouquecido pelas insensadez de uma modernidade obtusa;



Temporalidade liquida, repleta de bens que nascem mortos e correm num rio contaminado.

Que saudade que tenho da fonte de água fresca na Gruta de São José da Lagoa,

Água de beber, água de banhar as feridas, as saudades e as desesperanças.



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