domingo, 25 de julho de 2010

Tempo

Vivemos no tempo do mais
Todos querem um pouco mais, um sim senhor;
Um pouco de entorpecente para alucinar nossa fatigada realidade
Ilusões para conter nossa fúria, para enlaçar nosso mal estar
Um pouco mais de imagem que nos invade barbarizando nossos sonhos
Picotando nossas utopias.
Ao final, nosso devir encontra-se enclausurado nas telas de nossas TVs,
Sorrimos contendes e falamos aquilo que nossas antenas captam,
Copiamos e colamos enredos, silenciamos os textos, pagamos impostos,
Gozamos com os escândalos e nos habituamos com a violência,
Damos graças ao senhor e jogamos bombas nos malditos diferentes de nós,
Dormimos contentes com o pão nosso, mesmo que seja pouco demais
Morremos inertes e vivemos caídos.
Os burocratas querem comer meu coração,
Beber meu sangue, qualificar-me com seu discurso sapiente
Querem um pouco mais de minha carne, de meus músculos e de minha força
É necessário obedecer:
Gritam os legalistas sem justiça,
A ordenança fará o mundo melhor: siga o mestre e diga sim!   
Vivemos num tempo de obediência, o servilismo é a ordem do dia
Socorro quero um pouco de caos para poder pensar e fugir, correr e me esconder
Mas, não há para onde ir.
Nosso lugar comum é a obediência
Para subir aos céus e não parar no olho da rua,
Obedece que tem juízo manda quem pode mais,
Somos vassalos cibernéticos, escravos sem correntes.

Um comentário:

  1. Parabéns Ricardo,
    Penso que temos correntes sim,virtuais, sexuais e políticas um vacilo e ela é puxada.
    Se não estivermos na rede não existimos, se não dermos ou sentirmos prazer somos categorizados em algum grupo (gênero)e dependendo dele a corrente torna-se real e dentada, quanto a corrente política esta nos deixa um pouco mais solto desde que voce não revele sua militancia,ou não se expresse até aí considere-se sem correntes... Quanto mais tempo mais palavras e ainda não encontrei a palavra chave para me libertar das correntes....(rsrsrs)

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