quinta-feira, 22 de abril de 2010

Escritos em Papel de Maçã

Esses escritos que ora apresento a quem interessar são aqueles que faço nos tempos de meus passos, ao sabor de minhas lastimas e com a ternura de meus encontros comigo e com o Outro - essa parte enigmatica e encantadora que conheço desconhecendo.
Não creio que esses escritos sejam sem importância como o papel que enrolam vistosas maçãs que em minha meninice enchiam meus olhos de desejo. Papeis que eram dispensados, com sua cor roxa avermelhada e cheia de encanto.
Ali, entre inumeras caixas de frutas, as de maçãs eram aquelas que mais me encamtavam os olhos, as pernas, a boca e a barriga. Lembro-me dos ordenamentos severos proibindo o menino de ir ter com as maças com sua fome. Era preciso carregar as caixas sem poder saciar a fome de maçã. 
Hoje tenho por habito não gostar de tal fruto. Não sei porque isso ocorre, mas, acho que os papeis que eram dispensados, sem valor se tornaram caro demais para mim. Eles que eram meu bem possível se transformaram em base que acolheu minhas primeiras palavras. Escrevo deste sempre em Papeis de Maçã fruto que me foi proibido em cujo invólucro crivo meu existir.         

Nenhum comentário:

Postar um comentário