Aprendi a gostar das coisas de minha gente em Nova Era.
Nesta terra de São José da Lagoa, do Rio Piracicaba que joga suas águas para o Mar.
Para dentro de nós, com seus contornos serpenteando nossas fronteiras, nossas terras, nossas matas, nosso ser.
Gostava de ficar sentado em cima da ponte olhando sua cadencia, seu desfile de águas caudalosas e majestosas.
Nova são as Eras que tu me destes e que circulam em minhas reminiscências.
Sinto uma imensa saudade das ruas de pé de moleque,
Do Comercial Futebol Clube e de nossos gritos de gol.
Do universo que aquela camisa preta e branca conserva.
Nova Era de São José tristinho é um mundo de cantigas;
De Banda na Praça com Maestro Zé de Lica e sua ordenança melódica;
Tia Perpetua de carinho e amor eterno;
Zé Cabeção e sua delicadeza, sua nobre gentileza com cuidados especiais em dias de ranger de dentes.
Aprendi a gostar das coisas de minha gente em Nova Era.
Nesta terra de santo José tristinho;
Vô Mundico com sua fé, sua espada, sua Guarda de Congo, seu São Benedito para proteger, suas rezas e sua benção.
Minha infância com Janaina no quintão com pés de goiaba e laranja;
Minha saudade de Ana com seu sorriso farto;
De Yola com sua prudência;
De Mestre Sala Descendo Ladeira com Porta Bandeira nas ruas de pé de moleque;
Meu carnaval – essa condição de sambar – vem de ti.
Essa escrita – que troca letras se perdendo nos sons das palavras – vem de ti.
Que vontade de retornar ao Augusta Maciel Vidigal onde tracei meus primeiros cálculos de poeta;
De cantar o Hino Nacional com bandeira no mastro, no pátio, antes de entrar para estudar.
Tudo em ti – Nova Era – é encanto, flor de laranjeira, banho de jurema, dengo e uma dorzinha.
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