Te tocar o texto desconfiando das palavras e creditando algum valor.
Tenho medo prezado leitor.
Meu medo é o nascedouro de minhas insanidades.
Um desejo de ser escriturário, sem saber o que as palavras querem de mim.
Letras, não fazem poetas.
Poetas, não fazem letras.
Uma substância desconhecida paira nebulosamente em minhas esquinas.
Um pensar sobre a palavra cobiçando pelas letras, imaginando frases.
Um desejo de escritor ainda disléxico.
Ouço uma sirene aguda, insistindo em me levantar.
Não posso dormir.
As palavras estão a posto.
Uma desconfiança de ser poeta não evita o infortúnio da sirene.
Sem fim. Sem começo. Sem certeza.
Talvez já basta, seja suficiente para escrever.
Que o leitor saiba ao menos o que não é.
E possa nas linhas tortas de meus textos encontrar alguma valia.
Afinal, o amor tem suas vicissitudes.
Uma dor, uma doninha, uma pobreza que é de todos.
Os olhos não vêem tudo,
O corpo não suporta todo o peso,
Incompreensão cujo remédio é aceitar
Aceitar o fim, isto que não foi.
Aceitar a separação, isto que é.
Ao termino deixar apenas o amor,
Apenas as vicissitudes e o amor.
Indefinidos como laços sem pontos.
Como as pernas tortas de garrincha repletas de ilusão e alegria.
Assim é o poema, oficio de escritor para um leitor, qualquer um serve.
O poema não é de quem escreve, mas, de que pode ler.
sou repleta de melanco-lia.... por isso posso me aventurar em seus traços...
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