Esperei em cima da cerca
Ao longe vi e revi o boi da cara brava.
Temi estar sentado admirando o bicho.
Estava proximo demais para fugir.
E longe o suficiente para não resolver a pendenga.
Nunca tive o tom de tocar bois,
Era bom em abrir porteira,
Lembrei-me desse habito e de um velho com seus gritos.
E boi, tcho, tcho, e boi.
Ele era habilidoso no trato com as criações; eu nem tanto.
Me lembro desse tempo.
Fogão de lenha, biscoito de polvilho,
Pés de manga, primos e primas,
Jabuticabas pretinhas e doces.
Escrevi em mim o velho hábito que colhi desse homem e de suas criações.
Habito de abrir porteira e temer bois,
Tenho cuidando das criaturas,
Caminhando como um Aleijadinho cercado por anjos,
Trilhando caminhos ao lado dos bens herdados e acumulados nos cestos de bambu,
Preservados no paiol junto aos frutos colhidos.
Quero encontrar um rumo porque não sei qual caminho seguir,
Talvez não exista caminho apenas caminheiros e passos a dar.
Ir à direita e virar à esquerda, encontrar atalhos e trilhas.
Não perguntar mais sobre o consumado?
O que passou já está feito.
Amanhã é um novo dia.
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