segunda-feira, 3 de maio de 2010

Desesperança

A desesperança deseja comer meu coração

Devorar minha alma e aniquilar meus pensamentos

Por vezes, ao lado da tirania deseja fazer aberrações com meu ser

Não posso deixar, mas, como fazer?

Meus olhos, estes que se encontram torturados, encontram em todos os cantos
aquilo que não é poética não é beleza.


Resta-me apenas o recurso de minha mão

Ela vagarosamente se  debruça sobre a folha em branco

Tenho uma caneta traçando ali, as minhas esperança.

Uma cartografia de um mundo melhor, terceiras margens, belos horizontes, minas gerais, novas eras

Sonhos e devaneios eis de escrever,


Eis de escrever antes de ser devorado por tiranias mil e loucuras incomensuráveis,

Nos jardins das desilusões encontrarei os sofrimentos perdidos

Meu tempo é escuro é escuro meu tempo, há ranger de dentes, abominações,

Mas sei dos tempos de minha infância, da casas de pau a pique

Das danças populares e dos festejos nas praças

Meu tempo é alegria popular e populosa


A palavra fundamenta-se para iluminar onde há trevas

O texto prepara os caminhos afiando os passos

Não há como andar sem reconhecer a tessitura dos verbos

Nem há como respirar esse arzinho que tem gosto de linguagem

2 comentários:

  1. Estou chorando.

    Abraço!

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  2. Não chores meu caro, lutemos escrevendo! Escrevendo nas entre linhas, por linhas tortas, por vias, avenidas, nas margens, nas capas.

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