terça-feira, 11 de maio de 2010

Dois Poetas



Tenho dois santinhos de minha devoção.

Peço de joelhos a graça de sua presença em minha vida.

Não os encontro nos túmulos, no escuro das igrejas.

Nem na sacristia, nem no Pai Nosso.

Muito menos nos altares sem graça.

Eles estão distantes das narrativas religiosas.

Meus santos escrevem vida em prosa e verso.

Eu os convoco à noite, antes de dormir.

Levo-os para minha cama para poder sonhar e descansar-me de minhas desventuras.

Drummond é um santo de envergadura divina.

Mesmo com pedras no meio do caminho e um devasso José.

Leio com temor seus versos, com devoção suas estruturas poéticas.

Com saudade e imensa inveja de ver em seus textos o que sinto.

Em sua autoria percebo uma escrita que não tenho.

Um santo poeta, coisa boa de cultuar.

O outro é Mario Quintana com suas andorinhas em forma de Espírito Santo.

Aí de Deus se no céu não os encontrar pessoalmente.  





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