terça-feira, 11 de maio de 2010

Mas e Mais


Mais – diz-me um amigo é uma conjunção aditiva.

Destas que servem a somar uma coisa a outra de inverso sentido.

Conjunção vem de articular o estranho ao similar,

De fazer dois onde havia um.

Mais se a palavra fosse sozinha andaria perdida nos dicionários.

Desencarnada de vida, alma, pensar.

Palavra não é assombração, mas, assombra nossas mentalidades.

Palavra é órgão vivo, língua, duplo, soma.

Meu amigo me dize que o – mas – é uma conjunção adversativa.

Destas que vem de adversário, luta, briga, oposição.

Mas, se não brigássemos como poderíamos amar.

O querer é sinônimo de amanhecer deitado em seu colo, e vice e versa, sem mais nem menos, contudo, 
entretanto.

Palavra é duplicidade, conjugalidade de versos em frases.

Frases com palavras sentidas virando textos e imagens.

Palavra é coisa casada com outra coisa de igual importância.

Significado e significante bailando num Quebra Nozes, juntinhos como anjos de expiação, numa cadeia aberta de sentidos.

Coisa bonita é a palavra.

Singular e plural numa mesma temporalidade.

É Poética e, existencialmente se torna, numa mesma horinha de tempo há vagar.
 


  

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