terça-feira, 11 de maio de 2010

A Igreja



Velha igreja abandonastes tuas torres ao chão.

Seus sinos não tocam mais.

Seu som solene é lembrança de tempos ânticos.

Teus fantasmas estão soltos.

Andam em meio aos viventes

Assombram os infiéis.

Suas reminiscências persistem em nós.  

Santos não há mais em teus caminhos.

O altar também desmoronou e com ele meus atos de renuncia.

Restam-lhe livros velhos registros de teus ancestrais.

Homens e mulheres, meninos e meninas.

Saudade, divindade, solidão.

Teus fiéis estão a postos esperando por um sermão que tardara.

Pecados a perdoar: não há mais.

O tempo cura todos os transtornos.

Suas paredes estão deitadas ao chão.

Seus bancos foram retirados. 

Porcos, aves e ratos ocupam desordenadamente seus espaços.

Restos da sacristia ainda resistem para guardar os sacramentos de teus atos solenes.

Batismos, casamentos e missas; Padre-nosso não há mais.

Tornou-se saudade, lembrança dos velhos.

O tempo restaura o teu templo.

Restam-lhe as tábuas velhas e a alma desses dias.

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