Ao observar seu sorriso;
Ao ver seus olhos;
Seu longo cabelo, seu corpo esquio: encantei-me.
O desejo me ocorreu seriamente e fiquei em sonho;
Sonhei como seria tê-la;
Sentir seu cheiro de moça-mulher-menina;
Você que vejo com receio de enlouquecer-me;
Gosto de sua voz, som de roça;
Aprecio sua alegria e compadeço em vê-la sentida;
Lembro-me da virgem de Michelangelo;
Ela se chamava Vitória e foi pintada belamente;
Um auto retrato; um retrato de minha vontade de beijá-la.
De fazer-me beija flor em seus braços;
Quero navegar em teu corpo;
Ser naufrago em seus mares;
Mas, admito-me escravo e me calo, silencio as palavras.
Sou um covarde por não amá-la como imagino.
És bela demais para não observá-la.
Você é uma bela medieval, entre conchinhas, que colhi nas praias daqui;
Uma possessão cercada de anjinhos barrocos das terras de onde venho;
Sua presença me toca, onde deus dúvida;
Indiferença é um lugar que gostaria de habitar para não ter contigo.
Mas, não creio em milagres, prefiro a estupidez de perder-me.
O amor é profundeza e encanto, assim, resta-me afogar-me.
A cada mísera letrinha
ResponderExcluiresvaneço de sentir.
O sentimento não cabe no corpo
nem na alma.
Por isso
entrecampos
sai a jorrar água dos olhos.
Mas é água do mar
que socorre-me a pequeniz.
Em teu mar grande
palavras pequenas
escorregam pelos dedos,
e,
são belas.
Perder-se é só um meio de encontrar-se.
Tenhamos coragem.