sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dissabores Amorosos

Quando lhe vejo assim com fúria e rancores;

Esquecida de meu amor, de seus rumores, dos monossílabos em noites quentes de corpo a corpo que pronunciamos, dos gritos e tudo mais.

Quando esqueces que trago incertezas, meus infortúnios da vida, dos meus pesos, rancores e dos silêncios que tenho que sustentar.

Quando tudo parece fim, tenho em mim as insurgências dos marimbondos lutando por comida;

Uma luta terrível e virulenta que destrona palácios.

A plebe não pode esperar pelo raiar dos dias e me conservo como um enfermo terminal;

Sou uma alma penada em busca de conciliação.

Como te querer se tens a ausência como atributo e a dúvida como condição para amar.

Vivo apesar de suas ausências, se grito e falo auto é que sou homem: não suporto outra condição.

Não tenho opção de fazer-me aquilo que não sou.

Meus ditames de vida conservam instantes de ódio e amor.

Há tempos aceitei essa condição e não me incomodo muito com minha faltas.

Dividir é algo doloroso quando se desconhece incompleto.

Falto em tudo, tudinho mesmo, sem fim e com começo desconhecido.

Estou entre aquilo e aquilo outro, meu desejo também é interrogação.

Quando de vejo com ódio de mim tenho assombros e calafrios;

Mantenho a calma, mas não posso e não sei como fazer.

Te vejo partindo, indo-se para onde, não sei?

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